domingo, 7 de julho de 2013

Semana Cinéfila #4: Fritz Lang

,
type="html">A quarta Semana Cinéfila foi dedicada ao diretor austro-húngaro Fritz Lang.

Nascido em 05 de dezembro de 1890 (dia do meu aniversário), Lang pegou o auge do cinema mudo e participou também da transição para os filmes falados.

O diretor Fritz Lang


Com produções grandiosas e muitas vezes incompreendidas, criou clássicos do cinema mudo como Metrópolis e Dr. Mabuse, sendo um dos maiores expoentes do Expressionismo Alemão. E grandes filmes no começo do cinema falado, como M - O Vampiro de Dusseldorf. Em sua fase hollywoodiana, continuou fazendo clássicos, como Os Corruptos.

Na Semana Cinéfila #4 – Fritz Lang, assisti a 5 filmes: Dr. Mabuse - Parte 1: O Jogador (1922), Metrópolis (1927),  M - O Vampiro de Dusseldorf (1931), O Segredo da Porta Fechada (1947) e Os Corruptos (1953).

Dr. Mabuse - Parte 1: O Jogador (Dr. Mabuse, Der Spieler: Der Grosse Spieler, 1922)

Dr. Mabuse - O Jogador, de Fritz Lang

Filme mudo dividido em duas partes: O Jogador e O Inferno do Crime.

A primeira parte é uma grande salada, que mistura crime, política, economia, espiritismo e misticismo envolvendo o oriente.

Mas a trama é interessante e gira em torno de um criminoso, Dr. Mabuse, mestre em disfarces, que se utiliza de algum poder obscuro para enganar as pessoas e ganhar no jogo de cartas. O filme mostra clubes de jogos ilegais, onde a alta sociedade vienense vai jogar e gastar seu rico dinheiro.

Enquanto um promotor investiga um suposto grupo de jogadores que tem enganado milionários incautos nestes clubes, vamos acompanhando os atos de Dr. Mabuse e sua gangue de malfeitores.

Não consegui ver ainda a segunda parte, com a conclusão da história, mas gostei da primeira.

Metrópolis (Metropolis, 1927)

Metrópolis, de Fritz Lang

Metrópolis conta a história de um mundo dividido entre os ricos, que vivem em coberturas cheias de luxo, e os pobres, que vivem nos subterrâneos da cidade, e que trabalham incansavelmente para fazer as máquinas funcionarem. Máquinas que servem para manter o luxo da parte rica da população.

Não dá para dizer que é uma alegoria sutil!

Toda a trama gira em torno de Maria, uma garota pobre que é uma espécie de pregadora entre os trabalhadores. Considerando-a perigosa, o prefeito da cidade pede para um cientista louco (alarme de estereótipo soando no máximo) construir uma versão robótica de Maria, para desacreditá-la perante seus "seguidores", mas o cientista controla o robô e faz com que ela comece uma rebelião que pode destruir a todos, pobres e ricos.

O filho do prefeito, apaixonado pela verdadeira Maria, decide resgatá-la e salvar a cidade.

Apesar de ter uma história relativamente inocente, Metrópolis é um marco do cinema por tudo: seus cenários incríveis, o visual impactante da cidade e das máquinas, suas alegorias e por conter um certo ar macabro, que mistura ciência com misticismo.

Entre outras influências, a versão robótica de Maria inspirou o visual de C-3PO em Star Wars.

Assistir a Metrópolis no Parque do Ibirapuera, com uma orquestra tocando ao vivo, foi uma das mais lindas experiências cinematográficas pelas quais já passei.

Um filme imperdível.


M - O Vampiro de Dusseldorf (M, 1931)

M - O Vampiro de Dusseldorf, de Fritz Lang


Para mim, o melhor filme desta semana.

M é o primeiro filme falado de Fritz Lang e ele explora muito bem a nova tecnologia, utilizando a narração, aliada com uma bela edição de imagens, para criar um clima de tensão em torno da história de um serial killer, que sequestra e mata crianças na cidade de Dusseldorf.

Como em praticamente todos os filmes que vi do diretor até agora, sobra para toda a sociedade: as mães, que deveriam cuidar melhor de suas filhas; a polícia e os políticos, considerados incompetentes para conter o criminoso; a população em geral, que resolve fazer justiça com as próprias mãos, atacando inocentes; e até para os criminosos organizados, que vendo seus "negócios" ameaçados pela maior repressão policial, decidem que devem ser eles mesmos os responsáveis por capturar o assassino, gerando ainda mais confusão (apesar de se mostrarem bem mais competentes que a polícia).

Ao mostrar desde o início quem é o assassino e como ele é patético, Lang nos envolve ainda mais na história. Em especial no final, muito impactante.

Outro filme imperdível.

O Segredo da Porta Fechada (Secret Beyond the Door..., 1947)

O Segredo da Porta Fechada, de Fritz Lang

O filme mais fraco que vi nas quatro semanas cinéfilas até agora.

O Segredo da Porta Fechada (também chamado em alguns lugares de O Segredo Atrás da Porta) conta a história de uma recém viúva que se casa com um homem misterioso, depois de passar apenas um fim de semana com ele.

A paixão arrebatadora, que nem ela mesma consegue explicar, logo dá lugar ao terror de descobrir que seu novo marido possui manias muito estranhas, como montar réplicas de quartos onde foram cometidos crimes passionais. Para piorar, há uma porta fechada, um quarto que ele não permite que ninguém veja. Ao mesmo tempo, seu filho teimoso e mimado o acusa de ter matado a primeira esposa, mãe do garoto.

Apesar da idéia interessante, o filme envereda por soluções bobas e meio covardes, onde as explicações não se encaixam direito.

Lang se inspirou em Rebecca - A Mulher Inesquecível de Alfred Hitchcock, mas, na minha opinião, este primeiro é infinitamente melhor que O Segredo.

Os Corruptos (The Big Heat, 1953)

Os Corruptos, de Fritz Lang

Mais um filme de Lang rodado em Hollywood, Os Corruptos é sobre um investigador que decide ir às últimas consequências para descobrir porque um velho policial se matou.

Apesar do suicídio ser comprovado e de todos no departamento de polícia mandarem que ele se afaste do caso, sua intuição lhe diz que há algo por trás da morte, enquanto sua índole o impede de "deixar para lá".

Conforme ele vai descobrindo que pessoas importantes estão envolvidas na corrupção que levou o policial ao suicídio, a coisa vai ficando mais perigosa, colocando sua família em perigo.

Este sim é um belo filme de investigação, com uma trama envolvente e um final que não deixa nada a desejar. É interessante notar como Lang trabalhou com a moral do herói, fazendo com que ele não conseguisse cometer um crime que, no final, iria ajudar a resolver toda a trama.

Gostei bastante.


Outros filmes de Fritz Lang:

Uma lista com outros filmes que podem entrar em qualquer semana especial de Fritz Lang.

Dr. Mabuse - Parte 2: O Inferno do Crime (Dr. Mabuse, Der Spieler: Ein Spiel um Menschen Unserer Zeit, 1922)
O Testamento do Dr. Mabuse (Das Testament des Dr. Mabuse, 1933)
Fúria (Fury, 1936)
Vive-se Só Uma Vez (You Only Live Once, 1937)
Um Retrato de Mulher (The Woman in the Window, 1944)


O que é a Semana Cinéfila?

Criei a Semana Cinéfila como forma de assistir diversos clássicos do cinema que nunca tinha visto, ou que tinha visto há muito tempo.

Um jeito legal de mergulhar fundo nos melhores filmes de todos os tempos, usando como referência diversas fontes e listas, como: Bravo! - 100 Filmes Essenciais da História do Cinema, 1001 Filmes Para Ver Antes de Morrer, o site Melhores Filmes e as listas do IMDb, entre outros.

Faça você também a sua semana cinéfila.


Leia também: 

Semana Cinéfila #1: Akira Kurosawa

Semana Cinéfila #2: Jean Renoir

Semana Cinéfila #3: Billy Wilder


Não perca, no próximo domingo, a Semana Cinéfila #5: Vittorio De Sica.

View the original article here

0 comentários to “Semana Cinéfila #4: Fritz Lang”

Postar um comentário

 

Como fazer Como faço para Copyright © 2011 | Template design by O Pregador | Powered by Blogger Templates